A fundação do Arraial de Raposos
Dos informes econômicos constam os povoadores notáveis dos primeiros anos da mineração no território da Minas Gerais.
Dentre os primeiros povoadores das Minas Gerais constam sobretudo os dois cunhados de Manuel de Borba Gato e Garcia Rodrigues Pais. De Borba Gato, declarou Antônio de Albuquerque Coelho de Carvalho que a ele se deviam as descobertas do Rio das Velhas e de Caeté. Entre outros povoadores e mineradores saídos de São Paulo, na primeira fase de colonização de nosso Estado, cita Pedro Taques com destaque para: Domingos da Silva Bueno, Domingos Dias da Silva, José de Góes e Morais, Bartolomeu Bueno da Silva, João Leite da Silva Ortiz, Diogo Bueno da Fonseca, Amador Bueno da Veiga, Rodrigo Bicudo Chassim, Dionísio da Costa, Antônio Bicudo Leme, Tomás Lopes de Lara Morais, Bartolomeu Bueno do Prado, Antônio de Oliveira Leitão, Pedro de Morais Raposo, entre outros.
O fundador de Raposos
Dentre os bandeirantes paulistas, Pedro de Morais Raposo figura entre os maiores. Está relacionado segundo o historiador Afonso de E. Taunay, como um dos primeiros povoadores do território mineiro. “Para satisfazer o pedido dos povos do Rio das Mortes o mais acertado foi nomear para regente do distrito com poderes discricionários o capitão Pedro de Morais Raposo, paulista de grande posição, homem sincero e muito respeitado, ao qual foi dado o regimento de 06 de junho de 1706 em que dispôs”:
1º) Fará tudo quanto lhe ordenar;
2º) Alistará brancos e escravos para defenderem o Rio de Janeiro; 3º) Cobrará os quintos e tomará conta dos guarda-mores e administradores das datas reais
4º) Administrará os assassinos e criminal;
5º) Prenderá os assassinos e criminosos;
6º) Levantará um corpo de milícias com o privilégio de ordenanças;
“Pertencia D. Pedro de Morais Raposo à mais fina linhagem da nobreza paulista. Ele tinha subido na era de Arthur de Sá Menezes para as minas e ajudou a socavar o Rio das Velhas, onde com seus parentes haviam fundado o Arraial de Raposos, porventura o mais opulento daquela região”.
“Foi Pedro de Morais Raposo a primeira autoridade, que se estabeleceu no Rio das Mortes e com tanto zelo e capacidade procedeu que em 1708, por provisão de 08 de fevereiro, foi elevado a superintendente do distrito, o mais alto grau da hierarquia judiciária daqueles tempos. E assim só o capitão-mor, Pedro de Morais a esse tempo exercia, no âmbito das Minas, o seu honroso cargo”.
No final do século XVII, quando Minas ainda era uma província, os bandeirantes começaram a desbravar nosso Estado. Como a dificuldade de penetração em uma região inóspita cercada de índios, os Sabarabuçus, os Cataguáses, os Caetés, de relevo acidentado e montanhoso, era muito grande, os desbravadores, como era óbvio, seguiam sempre o leito dos rios, ora subindo, ora descendo, quase sempre margeando-os por terra.
Por este motivo dois rios foram de grande importância neste aspecto: o Rio das Mortes e o Rio das Velhas.
A história da fundação do Povoado dos Rapôzos, ou de Raposos, teve seu início em princípio de 1690, quando a capitania de Minas Gerais ainda não existia. Os primeiros desbravadores dos sertões das Minas no final do século XVII foram os bandeirantes paulistas.
Arthur de Sá Menezes que na época era o Governador Geral das Capitanias do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas que era anexada, recebeu uma missão do Rei de Portugal D. João V, de descobrir ouro e pedras preciosas nos sertões de Minas, região dos índios Cataguás.
Sá Menezes encontrou um homem de grande coragem para esta empreitada e formou-se então em São Paulo uma expedição para vir às Minas e este homem chamava-se Pedro de Morais Rapôso.
Ele trouxe consigo muitos membros de sua família, inclusive irmãos, vários amigos e todos aqueles que queriam “ficar ricos” e não tinham medo do desconhecido ou dos índios.
Morais Raposo levando armas, munição, remédios, escravos e vestidos de coletes de couro acolchoado, para proteger das flechas dos índios, segue para a região dos Sabará-buçu e seguindo o caminho de Paes Leme, acompanhando o leito do Rio Guaicuy (depois Rio das Velhas) e na confluência com um volumoso Ribeirão (o da Prata), encontra o local ideal para garimpar e faiscar ouro, e a terra era fértil, funda então o Arraial dos Rapôzos.
No pequeno Arraial, a terra se transforma, além de ouro que era encontrado em aluvião, começaram a semear para se ter ao menos os gêneros de subsistência. Aos poucos vai se colhendo milho, feijão, mandioca e cana-de-açúcar para produção de melado, rapadura, farinha de mandioca e cachaça.
O Rio Guacuy, que orientou a penetração dos bandeirantes, agora se torna um ponto fundamental para o escoamento dos produtos, pois, para quem não sabia, este rio era “navegável” e com isto o povoado de Raposos passa a abastecer Sabará-buçu, Arraial Velho, Gaya (Honório Bicalho) e Santo Antônio do Rio Acima.
Desde que aqui chegaram, como era sempre o costume dos bandeirantes, e provavelmente deviam ter chegado ao mês de dezembro e então edificavam um templo que geralmente davam o nome do Santo do dia e aqui, para nossa felicidade, ergueram uma pequena ermida de pau-a-pique que foi consagrada como: Capela de NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO. Portanto, o dia mais provável da Fundação de Raposos seria 8 de dezembro de 1690.
Segundo o historiador Diogo de Vasconcelos, foi o bandeirante paulista Pedro de Morais Raposo que no ano de 1690, antes de residir no Rio das Mortes (São João Del Rei) que entrara com Arthur de Sá Menezes, parentes, amigos e garimpeiros para a região do Rio das Velhas, antes Rio Guacuy, onde mineirou e juntamente com alguns familiares fundou o Arraial dos Raposos, “por ventura o mais opulento da região”.
O Arraial de Raposos era realmente bem antigo, em Sesmaria datado de 1711. É comumente citado por vários historiadores, eis alguns exemplos: na Sesmaria de João de Castro, vê-se que ela estava situada no Arraial dos Raposos, à beira do Rio das Velhas.
Em outras, também de 1711, aparece a expressão Sítio dos Raposos. Na relação particular de homens de negócios, mineiros e tropeiros mais abastados da capitania organizada em 1746 pelo provedor da Fazenda Real, Domingos Pinheiro sobre a criação do distrito de Raposos: “Criado pelo alvará de 16 de fevereiro de 1724 de D. João V, O Magnífico e confirmado futuramente pela lei estadual nº 02) de 14 de setembro de 1891, e ainda nas publicações oficiais de 1911, de 1º de setembro de 1920”. A fundação e o povoamento do Arraial dos Raposos se deu no final do século XVII e início do século XVIII, quando era governador da capitania do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais, Arthur de Sá e Menezes, que organizou em São Paulo uma expedição para vir à região dos índios Cataguás. Esse nobre encontrou, em Pedro de Morais Raposo, toda a disposição para enfrentar as dificuldades: os índios, a fome, o medo e o desconhecido para o desbravamento. Pedro de Morais Raposo trouxe consigo toda sua família, vários amigos e seguindo o itinerário dos bandeirantes Fernão Dias Paes Leme e Borba Gato, acompanhou o leito do Rio Guacuy e encontrou às suas margens o local ideal para mineirar e faiscar ouro, onde funda aqui o Arraial de Raposos.
O pequeno Arraial por causa da mineração foi breve à condição de “Freguesia”, as Freguesias eram povoados que tinham administradores, páracos e capitão-mor ou seja: autoridades civis, religiosas e militares.
Conforme anotações constam os nomes das seguintes pessoas que formavam a freguesia de Raposos: Alexandre de Oliveira Braga, Domingos Gomes Albernás, João Miguel Gomes (mineiros); Antônio da Mota Campos, João da Mota Campos, Antônio Félix Braga (negociante); Geremias Gomes (Alferes); Estevão de Araújo, Bento de Araújo e Antônio dos Santos, estes sem profissão declarada.
Referências bibliográficas
GOMES, João Oliveira – Memórias do Povo de Raposos – Editora Lê – Belo Horizonte, 1996. Parâmetros Curriculares Nacionais (História) – Ministério da Educação.
Site Raposos: www.raposos.com.br - Acessado em 17 de outubro de 2006.
Dentre os primeiros povoadores das Minas Gerais constam sobretudo os dois cunhados de Manuel de Borba Gato e Garcia Rodrigues Pais. De Borba Gato, declarou Antônio de Albuquerque Coelho de Carvalho que a ele se deviam as descobertas do Rio das Velhas e de Caeté. Entre outros povoadores e mineradores saídos de São Paulo, na primeira fase de colonização de nosso Estado, cita Pedro Taques com destaque para: Domingos da Silva Bueno, Domingos Dias da Silva, José de Góes e Morais, Bartolomeu Bueno da Silva, João Leite da Silva Ortiz, Diogo Bueno da Fonseca, Amador Bueno da Veiga, Rodrigo Bicudo Chassim, Dionísio da Costa, Antônio Bicudo Leme, Tomás Lopes de Lara Morais, Bartolomeu Bueno do Prado, Antônio de Oliveira Leitão, Pedro de Morais Raposo, entre outros.
O fundador de Raposos
Dentre os bandeirantes paulistas, Pedro de Morais Raposo figura entre os maiores. Está relacionado segundo o historiador Afonso de E. Taunay, como um dos primeiros povoadores do território mineiro. “Para satisfazer o pedido dos povos do Rio das Mortes o mais acertado foi nomear para regente do distrito com poderes discricionários o capitão Pedro de Morais Raposo, paulista de grande posição, homem sincero e muito respeitado, ao qual foi dado o regimento de 06 de junho de 1706 em que dispôs”:
1º) Fará tudo quanto lhe ordenar;
2º) Alistará brancos e escravos para defenderem o Rio de Janeiro; 3º) Cobrará os quintos e tomará conta dos guarda-mores e administradores das datas reais
4º) Administrará os assassinos e criminal;
5º) Prenderá os assassinos e criminosos;
6º) Levantará um corpo de milícias com o privilégio de ordenanças;
“Pertencia D. Pedro de Morais Raposo à mais fina linhagem da nobreza paulista. Ele tinha subido na era de Arthur de Sá Menezes para as minas e ajudou a socavar o Rio das Velhas, onde com seus parentes haviam fundado o Arraial de Raposos, porventura o mais opulento daquela região”.
“Foi Pedro de Morais Raposo a primeira autoridade, que se estabeleceu no Rio das Mortes e com tanto zelo e capacidade procedeu que em 1708, por provisão de 08 de fevereiro, foi elevado a superintendente do distrito, o mais alto grau da hierarquia judiciária daqueles tempos. E assim só o capitão-mor, Pedro de Morais a esse tempo exercia, no âmbito das Minas, o seu honroso cargo”.
No final do século XVII, quando Minas ainda era uma província, os bandeirantes começaram a desbravar nosso Estado. Como a dificuldade de penetração em uma região inóspita cercada de índios, os Sabarabuçus, os Cataguáses, os Caetés, de relevo acidentado e montanhoso, era muito grande, os desbravadores, como era óbvio, seguiam sempre o leito dos rios, ora subindo, ora descendo, quase sempre margeando-os por terra.
Por este motivo dois rios foram de grande importância neste aspecto: o Rio das Mortes e o Rio das Velhas.
A história da fundação do Povoado dos Rapôzos, ou de Raposos, teve seu início em princípio de 1690, quando a capitania de Minas Gerais ainda não existia. Os primeiros desbravadores dos sertões das Minas no final do século XVII foram os bandeirantes paulistas.
Arthur de Sá Menezes que na época era o Governador Geral das Capitanias do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas que era anexada, recebeu uma missão do Rei de Portugal D. João V, de descobrir ouro e pedras preciosas nos sertões de Minas, região dos índios Cataguás.
Sá Menezes encontrou um homem de grande coragem para esta empreitada e formou-se então em São Paulo uma expedição para vir às Minas e este homem chamava-se Pedro de Morais Rapôso.
Ele trouxe consigo muitos membros de sua família, inclusive irmãos, vários amigos e todos aqueles que queriam “ficar ricos” e não tinham medo do desconhecido ou dos índios.
Morais Raposo levando armas, munição, remédios, escravos e vestidos de coletes de couro acolchoado, para proteger das flechas dos índios, segue para a região dos Sabará-buçu e seguindo o caminho de Paes Leme, acompanhando o leito do Rio Guaicuy (depois Rio das Velhas) e na confluência com um volumoso Ribeirão (o da Prata), encontra o local ideal para garimpar e faiscar ouro, e a terra era fértil, funda então o Arraial dos Rapôzos.
No pequeno Arraial, a terra se transforma, além de ouro que era encontrado em aluvião, começaram a semear para se ter ao menos os gêneros de subsistência. Aos poucos vai se colhendo milho, feijão, mandioca e cana-de-açúcar para produção de melado, rapadura, farinha de mandioca e cachaça.
O Rio Guacuy, que orientou a penetração dos bandeirantes, agora se torna um ponto fundamental para o escoamento dos produtos, pois, para quem não sabia, este rio era “navegável” e com isto o povoado de Raposos passa a abastecer Sabará-buçu, Arraial Velho, Gaya (Honório Bicalho) e Santo Antônio do Rio Acima.
Desde que aqui chegaram, como era sempre o costume dos bandeirantes, e provavelmente deviam ter chegado ao mês de dezembro e então edificavam um templo que geralmente davam o nome do Santo do dia e aqui, para nossa felicidade, ergueram uma pequena ermida de pau-a-pique que foi consagrada como: Capela de NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO. Portanto, o dia mais provável da Fundação de Raposos seria 8 de dezembro de 1690.
Segundo o historiador Diogo de Vasconcelos, foi o bandeirante paulista Pedro de Morais Raposo que no ano de 1690, antes de residir no Rio das Mortes (São João Del Rei) que entrara com Arthur de Sá Menezes, parentes, amigos e garimpeiros para a região do Rio das Velhas, antes Rio Guacuy, onde mineirou e juntamente com alguns familiares fundou o Arraial dos Raposos, “por ventura o mais opulento da região”.
O Arraial de Raposos era realmente bem antigo, em Sesmaria datado de 1711. É comumente citado por vários historiadores, eis alguns exemplos: na Sesmaria de João de Castro, vê-se que ela estava situada no Arraial dos Raposos, à beira do Rio das Velhas.
Em outras, também de 1711, aparece a expressão Sítio dos Raposos. Na relação particular de homens de negócios, mineiros e tropeiros mais abastados da capitania organizada em 1746 pelo provedor da Fazenda Real, Domingos Pinheiro sobre a criação do distrito de Raposos: “Criado pelo alvará de 16 de fevereiro de 1724 de D. João V, O Magnífico e confirmado futuramente pela lei estadual nº 02) de 14 de setembro de 1891, e ainda nas publicações oficiais de 1911, de 1º de setembro de 1920”. A fundação e o povoamento do Arraial dos Raposos se deu no final do século XVII e início do século XVIII, quando era governador da capitania do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais, Arthur de Sá e Menezes, que organizou em São Paulo uma expedição para vir à região dos índios Cataguás. Esse nobre encontrou, em Pedro de Morais Raposo, toda a disposição para enfrentar as dificuldades: os índios, a fome, o medo e o desconhecido para o desbravamento. Pedro de Morais Raposo trouxe consigo toda sua família, vários amigos e seguindo o itinerário dos bandeirantes Fernão Dias Paes Leme e Borba Gato, acompanhou o leito do Rio Guacuy e encontrou às suas margens o local ideal para mineirar e faiscar ouro, onde funda aqui o Arraial de Raposos.
O pequeno Arraial por causa da mineração foi breve à condição de “Freguesia”, as Freguesias eram povoados que tinham administradores, páracos e capitão-mor ou seja: autoridades civis, religiosas e militares.
Conforme anotações constam os nomes das seguintes pessoas que formavam a freguesia de Raposos: Alexandre de Oliveira Braga, Domingos Gomes Albernás, João Miguel Gomes (mineiros); Antônio da Mota Campos, João da Mota Campos, Antônio Félix Braga (negociante); Geremias Gomes (Alferes); Estevão de Araújo, Bento de Araújo e Antônio dos Santos, estes sem profissão declarada.
Referências bibliográficas
GOMES, João Oliveira – Memórias do Povo de Raposos – Editora Lê – Belo Horizonte, 1996. Parâmetros Curriculares Nacionais (História) – Ministério da Educação.
Site Raposos: www.raposos.com.br - Acessado em 17 de outubro de 2006.