Poema sobre o Rio das Velhas
RIO DAS VELHAS
(Escrito à noite dentro do subúrbio)
Sob as trevas serenas
de uma noite mineira
vão-se as águas turvas
deste meu rio a soluçar...
de uma noite mineira
vão-se as águas turvas
deste meu rio a soluçar...
Posso vê-lo acordado e bravio
da janela onde regresso no trem
entre vultos de árvores negras
e assobios noturnos de trilhos...
da janela onde regresso no trem
entre vultos de árvores negras
e assobios noturnos de trilhos...
Em seu leito jaz a pureza
os resíduos esquecidos de ouro
esperam a vinda do garimpeiro
que anseia fazer a vida com ele.
os resíduos esquecidos de ouro
esperam a vinda do garimpeiro
que anseia fazer a vida com ele.
Meu Rio das Velhas tão procurado
maltratado e sem vida, peregrinas
outrora tuas águas e peixes sadios
hoje, poluído, és ainda encantado.
maltratado e sem vida, peregrinas
outrora tuas águas e peixes sadios
hoje, poluído, és ainda encantado.
Vendo-te em correntezas firmes
esqueço-me de ti nos vendavais
nas tempestades quando amedrontas
com “ondas” revoltadas noturnas e matinais.
esqueço-me de ti nos vendavais
nas tempestades quando amedrontas
com “ondas” revoltadas noturnas e matinais.
Mas, que cenário imortaliza esse percurso
quando andas como histórica dos antigos povos,
dos navios que deslizaram
em tuas águas, em tuas glórias.
quando andas como histórica dos antigos povos,
dos navios que deslizaram
em tuas águas, em tuas glórias.
Vai meu rio, rumo ao mar, ao sal
posto que és uma vida ou mais
deixe-me aqui, nesta terra de sonhos
contemplar as margens que mais amo.
posto que és uma vida ou mais
deixe-me aqui, nesta terra de sonhos
contemplar as margens que mais amo.
Idê Cecília Santos Rocha
Fonte: GOMES, João Oliveira – Memórias do Povo de Raposos – Editora Lê – Belo Horizonte, 1996 - Página 152.
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