Crack já é realidade em Raposos
Era tarde de quinta-feira, 02/02/12, precisava rapidamente ir a Nova Lima e confesso aqui que me utilizei de um serviço irregular: o dos perueiros que fazem corridas até a cidade vizinha. Digo isso sem receios, pois temos na cidade uma empresa de transporte que não disponibiliza um número necessário de ônibus para transportar todos os passageiros. Mas, esse não é o assunto da vez. Estando já dentro do carro me deparo com o pai de um jovem que conheço do bairro Vila Bela. Cara batalhador e honesto, mas que deixa latente em seu rosto o sofrimento que passa com o filho mais velho viciado agora em crack. Quando tive os primeiros contatos com o rapaz, o mesmo ainda não era usuário. O que chamava atenção era o comportamento que começava a mudar. Depois vieram as más companhias, os primeiros cigarros de maconha e pronto. Adentrou ao mundo. O crack foi questão de tempo.
Dentro do carro, na pequena, mas salutar conversa que tive com esse pai, ele me confidenciou um pouco da luta que trava dia a dia com o filho. O rapaz some por dias, já realiza pequena furtos, tanto que os pertences tem que ficar trancados dentro da casa. Qualquer objeto que possa lhe render pelo menos 10 reais já é de bom grado. O garoto quando foge chega a dormir ao relento em meio a sujeiras e bichos peçonhentos. O usuário de crack vive literalmente como um "zumbi". Não se importa mais com a aparência e os bons modos. O único ideal que o mesmo tem é conseguir algum dinheiro para que possa comprar mais uma pedra. Dizem que o efeito da droga é instantâneo, mas de pouca duração, por isso a necessidade de sempre ter que estar usando mais e mais. Várias vezes este pai já foi em busca do rapaz em lugares que o mesmo
chama de "quebrada" para resgatá-lo. Já chegou até mesmo a enfrentar
traficantes correndo riscos na tentativa de ter o filho de volta
Este pai me contou também que o garoto já ficou internado em uma clínica de reabilitação certa vez, mas em poucos dias já estava de volta. O sucesso do tratamento depende da família, mas a maior parte deve vir do usuário. Não há recuperação, se não tiver vontade própria. Ainda fiquei sabendo que o rapaz em questão é inteligente, nunca se deu bem com os estudos, mas notei a alegria nos olhos do pai ao escutá-lo dizer que o menino em um pequeno curso de reparo de eletrodomésticos que realizou já consegue consertar máquinas de lavar roupas, ferro de passar, liquidificador, entre outras coisas. Mais uma clínica de reabilitação já está acertada. Resta saber que a vontade de vencer e se curar se fazerá presente desta vez.
Relatei este caso apenas como exemplo, pois inúmeras famílias em nossa cidade estão sofrendo com o mesmo mal. Os pequenos furtos aumentaram significadamente em Raposos. Grande parte deles para sustentar esta doença que assombra todo o Brasil. Resolver tudo isso é difícil demais, cobrar soluções imediatas seria covardia de minha parte. O que quero deixar claro é que o crack já é infelizmente uma realidade no município e que devemos ficar atentos. Fingir que nada está acontecendo seria a pior atitude de nossa parte. Tem gente precisando de auxílio e clamando por paz e redenção. Pense nisso e reflita. Se pode de alguma forma ajudar, comece agora.
Oi Aílton, seria de muita utilidade a criação de um tópico sobre o lamentável episódio ocorrido ma nossa cidade. Um espaço para discutirmos a segurança pública daqui.
ResponderExcluirQue Jesus o abençoe.
Abraços
Com certeza.
ResponderExcluirEstou trabalhando nisso.
Em alguns dias já vai estar no ar.
Obrigado pela visita e pelo comentário.
Que Jesus o abençoe também. Volta sempre!
Inté...
tenho um namorado usuário do crack amo muito ele,não sei mais oque fazer para ajuda-lo nos estamos nos afastando cada vez mais. mas isso não me faz fraquejar e dezistir de ajudar.
ResponderExcluirPrezada amiga,
ResponderExcluirA luta realmente é dura e difícil. Todos devem fazer a sua parte, mas a mais importante delas deve vir dele.
Que Deus os ajude.
Inté...